Pauta + Álcool + Eu!

Agora há pouco li um texto gringo sobre as perguntas que as pessoas tatuadas estão cansadas de responder. Ok, não tenho nenhuma tatuagem, apenas duas marcas de nascença, uma nas costas e outra no braço, que chamo de tatuagens naturais, já que são da cor vinho e não implicaram o uso da menor agulha do mundo. Contudo, também não bebo bebidas alcoólicas. E sempre que faço esta afirmação, ela é seguida das mesmas perguntas de sempre: “Por quê?”, “Seus pais não deixam?”, “Você é evangélica?”, “É por religião?”, “É por falta de religião?”, “Como você faz amigos?”. Não bebo porque não acho gostoso, da mesma maneira que algumas pessoas não comem jiló. Mas acredito em Deus, e na medida do possível, faço amigos estando apenas sóbria e de bom humor. E não acho que você precisa beber ou não beber para se divertir. É fato que nas minhas andanças por aí, esbarrei em lugares fenomenais como as vinícolas de San Rafael, em cachaçarias de Goiás ou restaurantes requintadíssimos com jantares à base de champanhe.
licor
Uma das garrafas da Casa dos Licores, no Ceará

Assim como, visitei a charmosíssima Casa dos Licores, na cidade de Viçosa do Ceará. E aí? Beberiquei em todas essas pautas, provando que bom jornalismo se faz à partir da experiência. E como diria um chef francês que conheci há muito tempo: “Experimentar é evoluir”. A questão aqui é mostrar que mesmo em destinos pautados pela bebida – como o sul do Brasil, regado a vinho da melhor qualidade – é possível se divertir e voltar com boas recordações, sem precisar colecionar uma bebedeira. Na cidade cearense, a casa em si já é um charme, já que ela data de 1945, e desde 1957 mantém a produção artesanal de licores feitos à partir de diferentes ervas e frutas. Os rótulos ainda são feitos manualmente. Dá para imaginar? Entre os sabores mais vendidos estão o Canela de Cunhã, que teria efeito afrodisíaco, além dos tradicionais tangerina, abacaxi e maracujá. Numa pequena sala há degustação de todos os licores e também de doces, então não deixe de prova-los, já que na pior das hipóteses, você estará apenas evoluindo. Aberta de segunda a segunda, das 8h às 18h, a casa vende garrafas que variam de R$ 6,00 a R$ 30,00. Se para você bebidas alcoólicas eram impedimentos para escolher certos pontos turísticos, jogue esta regra no lixo, e parta para grandes descobertas deliciosamente sóbrias.

Fotos: The Vault DFW e Flávia Lelis


Flávia Lelis, editora de conteúdo online e amante de viagens por natureza

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